Ampliando meu repertório cultural
Aprendi com Edméa Santos, no seu livro "O
caminhar na educação : narrativas de aprendizagens, pesquisa e formação"
(2020), que não podemos exercer nossa experiência de docência, pesquisa e
formação sem ampliarmos nosso repertório, pois "as viagens são sempre
itinerâncias de vida e formação." A autora nos convida a compreender os
registros dessas itinerâncias como um exercício de pesquisa-formação na
cibercultura, apresentando o sentido das suas memórias:
"Viajo com minhas memórias, viajo com seus
registros e também com meus artefatos e dispositivos de memórias auxiliares. As
memórias auxiliares (bloco de notas, agendas, celular, computador) ampliam
minhas memórias corporais, expandem e estendem meus sentidos, minhas vivências
e sobretudo minhas experiências. As experiências nos constituem, nos fazem ser
quem somos, nos forjar seres humanos, nos forma e nos permitem que pensemos em
como forjar outras pessoas. Criar, gerir e avaliar ambiências formativas são
apenas algumas atividades que nós formadores de formadores praticamos. Como
exercer nossa experiência de pesquisa e formação sem ampliar nossos
repertórios? Como ampliar nossos repertórios sem nos movimentarmos na relação
cidade-ciberespaço, uma vez que somos praticantes culturais do nosso tempo?
Viajar e caminhar são atividades que forjam processos formativos, como eles
inventamos dispositivos de pesquisa-formação na cibercultura." (SANTOS,
2020, p.11)
Nesse espaço, vou deixando os rastros do meu
caminhar ubíquo pelas cidades por onde eu passar:
Entre 06/04 a 05/05, fiquei no Rio de Janeiro.
Conheci lugares, pessoas e comidas. Compartilho alguns desses momentos:
15/04 – Exposição Monet
Uma imersão na obra de Monet. Paisagens pintadas
nas margens de rios, mares e lagos. Entre imagens e sons (os melhores foram os
que reproduziam os da natureza). Criançada curtindo, dançado, fazendo poses
para fotos nas telas. Com as boas companhias de @measantos @marcoparangole e
@nwnzart
https://www.instagram.com/p/CcaqDj7OAPS/?utm_source=ig_web_copy_link
21/04 – Encontro com Teresa Cristina
Quando de repente, você sai para almoçar (na última
terça-feira) e se "bate" com alguém que é parte significativa de sua
vida (mesmo sem nunca ter se encontrado presencialmente antes).Emoção pura!
Tive covid logo no inicio da pandemia, quando não se sabia direito o que era
essa doença, quando inúmeras pessoas morriam no Brasil, principalmente em
Manaus. A mídia não falava em outro assunto. Passei 24 dias em isolamento,
dentro de um quarto, pois o pavor de infectar outras pessoas era grande (os
sintomas iam e retornavam). Teresa Cristina, com seus saberes e práticas do
samba, com suas músicas e convidados, nos divertia nas noites, nos acolhia e
conseguia momentos de alívio e alegria. Obrigada, mestra! Vc não sabe o quanto
de bem fez para pessoas, que, como eu, se encontrava naquele momento em estado
de dor e medo. E viva a arte! (tão sofrida no contexto socio-político atual).
Vc merece tudo de bom!! Sucesso cada vez mais!!!
21/04 – Lançamento do livro Medida Provisória
https://www.instagram.com/p/CcnTbDkOZ_h/?utm_source=ig_web_copy_link
Depois de
assistir ao filme, dia do lançamento do livro de Lázaro Ramos: Medida
Provisória: diário do diretor. Bom poder participar desse momento e conhecer
mais sobre a criação de uma obra, desde sua origem ao desenvolvimento e entrega
para o público. A escrita do roteiro, dilemas, dificuldades, conquistas,
escolhas, cortes, acréscimos, gestão de recursos, os hipertextos, as pesquisas,
a mistura dos gêneros, os cuidados para não cair nas armadilhas narrativas...
enfim, parte do vivido está registrado nesse documento de processo (não teria
condição de relatar o todo, por conta de sua complexidade e do próprio espaço
do suporte Livro). Lázaro, com sua obra coletiva, nos convida a refletir sobre
o racismo (com uma linguagem leve, positiva e em alguns momentos divertida,
revertendo as formas tradicionais de contar historias do povo negro). Que as
reflexões do filme e do livro reverberem por mais e mais práticas
antirracistas!! Vamos à luta!!!
29/04 –
Caminhando pelas ruas
1- 1- Conhecendo a escadaria Seláron
Linda escadaria localizada no bairro da Lapa, construída por
um chileno Jorge Selarón. Para saber mais, acesse o link: https://freewalkertours.com/pt-br/escadaria-selaron/
2- No meio da escada, uma parada no Restaurante Hoje Tem curry
https://www.facebook.com/HojeTemCurry/
Para quem curte comida indiana, fica a dica! Ambiente lindo e
aconchegante. Comida super saborosa.
No dia (29/05) –
Exposição Van Gogh
Imersão nas telas de
Van Gogh. Um mergulho de 60 minutos na narrativa da trajetória de vida pessoal
e artística do pintor holandês. Com direito a visita a seu quarto, que é
retratado em uma de suas obras mais famosas, o Quadro de Arles. Na companhia
de @marcoparangole e @valeriavillelas
Fotos no
Instagram: https://www.instagram.com/p/Cdv3lHOOcmz/?utm_source=ig_web_copy_link
01/05/2022
CCBB: Exposição Marc Chagall: Sonho de amor
"A exposição apresenta a trajetória de vida e obra do pintor Marc Chagall (1887-1985), que marcou as artes no século XX com a criação de um universo único, pautado pelo lirismo e pelo uso revolucionário de formas e cores. São mais de 180 obras,produzidas entre 1922 e 1981, com pinturas, aquarelas, litografias e gravuras que abrangem seus temas mais caros: a infância e a tradição russa, o sagrado e suas representações, o amor e o mundo encantado na ilustração das Fábulas de La Fontaine. As obras são provenientes de coleções do exterior e de acervos museológicos brasileiros."
Curadoria: Dolores Duràn Ucar
Fonte: https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro/programacao/chagall/
Acesso ao folder: https://ccbb.com.br/arquivo/folder-marc-chagall/
Curadoria: Denise Mattar e consultoria de Manoel Dantas Suassuna.
Fonte: https://ccbb.com.br/rio-de-janeiro/programacao/armorial50anos/
Folder: https://ccbb.com.br/arquivo/armorial-folder/ABERTURA: 25 DE SETEMBRO DE 2021
ENCERRAMENTO: 31 DE JULHO DE 2022
CURADORIA: MARCELO CAMPOS, AMANDA BONAN, LUIZ ANTÔNIO SIMAS E CONCEIÇÃO EVARISTO
"Que histórias ainda vale a pena contar? Como seguir diante de tantas narrativas sobre o fim? A vida que se tornou, cada dia mais, uma dádiva ainda nos restituirá a alegria, a esperança?
Foram essas e outras tantas indagações que nos fizeram construir Crônicas Cariocas, exposição que escuta a cidade do Rio de Janeiro em seus balbucios, no encontro das calçadas, no canto dos pregoeiros, nas relações com a vizinhança, na esperança de abrir as janelas e ver que ainda vale o sorriso, que a lágrima será partilhada, que em qualquer sinal haverá alguém se lançando em malabarismos bem mais complexos do que o equilibrar das bolas e claves.
Aqui, escutamos o Rio das avós, daquelas que melhor sabem contar histórias e, em cada uma, um ensinamento sobre a vida, o nascimento e a morte. O Rio das encruzilhadas e seus deuses pagãos, das ciganas, dos malandros, das festas de louvor e sincretismo.
Queremos ouvir o Rio dos trens, em vagões onde sempre cabem poetas. De outro modo, acompanhar as crianças, os erês, em busca da alegria. Denunciar o desaparecimento das linhas de ônibus que nos levavam ao trabalho e ao lazer. Cortar a cidade partida e expor suas cicatrizes, aquela da injustiça e do abandono. Narrar o Rio que se ornamenta e faz cara de rica que finge não ver os subúrbios e periferias.
Vamos contar uma cidade que à noite se encanta, se ilude e dança nas gafieiras, te convidando a rodar nas searas do desejo para além de toda adversidade. Essa mesma, essa cidade que se solidariza e se orgulha em ver a vitória dos que atravessaram o fim do mundo."
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