segunda-feira, 6 de junho de 2022

Dialogando com os dados construídos: o empoderamento

Refletindo sobre os dados que venho construindo para analisar as redes de criação das praticantes culturais que me acompanham/que eu acompanho na pesquisa, me deparei com a noção de empoderamento, em dois sentidos: o empoderamento das crianças, jovens e adultos de modo geral e o empoderamento das mulheres negras. O primeiro diz respeito ao trabalho que as professoras fazem nas escolas da educação básica e nas universidades, o segundo quando elas tratam mais especificamente do feminismo negro, seja nas ações referentes a sua própria vida pessoal, quanto na luta pelo empoderamento das mulheres pretas.

Nesse momento, estou lendo o livro Empoderamento de Joice Berth, onde a autora reflete e discorre sobre os processos de empoderamento, elucida exatamente de que poder ela fala e aponta as dimensões que envolvem tal processo. Assim, ela afirma que:

"Quando assumimos que estamos dando poder, em verdade estamos falando na condução articulada de indivíduos e grupos por diversos estágios de autoafirmação, autovalorização, autorreconhecimento e autoafirmação tanto de si mesmo quanto de suas mais variadas habilidades humanas, de sua história e, principalmente, de um entendimento quanto a sua posição social e política e, por sua vez, um estado psicológico perceptivo do que se passa ao seu redor. Seria estimular em algum nível, a autoaceitação de características culturais e estéticas herdadas pela ancestralidade que lhe é inerente, para que possa, devidamente munido de informações e novas percepções críticas sobre si mesmo e sobre o mundo em volta, e ainda de suas habilidades e características culturais e estéticas herdadas pela ancestralidade que lhe é inerente, para que possa, devidamente munido de informações e novas percepções críticas sobre si mesmo e sobre o mundo em volta, e ainda de suas habilidades próprias, criar ou descobrir em si ferramentas ou poderes de atuação no meio em que vive e em prol da coletividade". (BERTH, 2020, p. 21)

Berth diz que esta é a síntese do poder a ser desenvolvido no processo de empoderamento ressignificado pelas diversas teorias do feminismo negro e interseccional. Vamos tratar sobre esse ponto em outras postagens.


Referências:

BERTH, Joice. Empoderamento. São Paulo: Jandaíra, 2020.

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