
"A primeira forma pela qual o colorismo afeta negros claros é criando
barreiras ideológicas no interesse natural que todo ser humano tem por
compreender suas origens. Crianças que crescem em meio a um ambiente escolar e familiar
estruturado em princípios de inferioridade da cultura africana, de vilanização
das vítimas da escravidão e de invisibilização dos heróis e heroinas da
resistência contra a escravidão não poderiam se desenvolver valorizando a sua
negritude". (DEVULSKY, 2021, p. 27).
O trecho acima me fez refletir ainda mais sobre a importância da Escola
Maria Felipo de Salvador (onde Bárbara Carine é sócia e consultora).
Devulsky afirma que o colorismo é um desdobramento do racismo, uma
hierarquização de pessoas negras de acordo as suas proximidades com os traços
africanos. Ao longo dos capítulos ela vai nos mostrando a importância da
compreensão do nosso lugar na negritude. Assim, diz ela:
“para que o colorismo não mine a sororidade entre as mulheres na luta contra
o patriarcado, é preciso ir além do simples reconhecimento das vantagens
trazidas pela pele negra clara e pelos traços associados àquilo que
compreendemos como branco, é preciso reinvindicar que os espaços políticos não
sejam divididos entre pardos e pretos, mas multiplicados –equitativamente” "
(DEVULSKY, 2021, p. 162). Dessa forma, "negros mestiços precisam
reconhecer suas vantagens e fazer delas trampolim para todos os outros, sejam
mais claros ou mais escuros, sejam eles indígenas ou mestiços" (DEVULSKY,
2021, p. 168).
PARA SABER MAIS:
Assista ao video: JORNADA FEMINISMOS PLURAIS - Colorismo com Alessandra Devusky e Djamila Ribeiro
Leia: Negros de pele clara por Sueli Carneiro
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